segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Ver mais televisão...ou talvez não?


Agradecemos o conselho para vermos mais televisão, um engraçado teaser lançado pelos nossos consócios da CL, baseado na inside information que Soares Franco não se iria recandidatar.
Sabendo que o acessor de Soares Franco faz parte da CL, e que é actualmente associado da Vieira de Almeida e Associados precisamente na área de imobiliário, urbanismo e ambiente, esperemos que os recentes desenvolvimentos no caso Freeport não lhe belisquem a imagem numa futura candidatura aos orgãos sociais do Clube.
Neste período pré-eleitoral o interesse pelo bem do Clube é ofuscado pelas várias fogueiras de vaidades que se vão acendendo um pouco por todo o lado, acontece é que alguns telhados podem não ser tão resistentes como se julgam, e ás vezes tambem se partem.
Relativamente a ver mais televisão, somos da opinião que massifica, gostamos mais do popular adágio: ler jornais é saber mais...

1906

Luta & Resiste!

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

O pai do projecto...


Roquette, o homem que foi escolhido em 1996 pelos Sportinguistas para salvar o Clube de um buraco 40 milhões de euros, defendendo uma estrutura empresarial, em que através das melhores prácticas empresariais e imobiliárias, livraria o Sporting Clube de Portugal de estar dependente da bola que batia na trave, depois de em 1995 ter falhado Santana Lopes como o seu testa de ferro na presidência.
Avançando 10 anos, foi a vez de o director financeiro do Clube - Rui Meireles, resumir aquela que foi uma gestão séria, honesta e visionária com a apresentação em AG do impressionante numero de 420 milhões de euros.

Depois disso já foram apresentados mais numeros: 340M, 275M, 210M, 270M, 240 e novamente 240M. Em 2006 quando Soares Franco foi eleito o objectivo era colocar a dívida nos 150M euros,entretanto, vendeu-se património do Clube e venderam-se jogadores, prometeu-se uma equipa para a Europa...passados 3 anos em 2009 Soares Franco establece que o seu plano passa por colocar a dívida nos 150 mil euros.

Até hoje foi este o resultado do profissionalismo de homens como Carlos Freitas, Rui Meireles, Soares Franco, Ribeiro Telles, Silva e Costa, Bettencourt, Pedro Afra, José Nobre Guedes, Frederico Pinto Basto, Rogério Alves, Dias da Cunha, Rita Figueira, Rolando Olveira(Filho de Joaquim Oliveira), Pedro Mil-Homens, Paulo Abreu, Dias Ferreira, Salema, Norton de Matos, Carlos Janela, Batalha Ribeiro, Neutel, horta e Costa, Diogo Gaspar Ferreira, Menezes Rodrigues, Oliveira e Costa e outros tantos notáveis, em suma uma lista (incompleta) que só por si dava um blogue, mas onde todos estes nomes defendiam a visão de Roquette tambem conhecido como pai do projecto.

Um Projecto que criou 18 empresas, em que o passivo da maior parte delas era "provocado" por empresas pertencentes ao Universo Sporting. Rigor, seriedade, transparência ou apenas contabilidade criativa?

Hoje dia 21 de Janeiro de 2009 lembrámos-nos novamente do pai do projecto, sociológicamente seria interessante até, estudar este cognome e relacioná-lo com o facto de alguns fazedores de opinião (a maior parte deles pertencente á corte roqueteira) se sentir orfã na ausência de nomes presidenciaveis, ao invés do escrutinio de projectos e alternativas.

Mas como estávamos a dizer hoje lembrámos-nos do paizinho, esse homem santo que começou por nos servir o fervor palavroso de Santana, as omissões e erros de casting de Dias e o monolitismo de Franco, o Correio de Manhã apresenta-nos algo já tinha merecido a nossa atenção neste espaço em 31/12/2008 e aqui a 6/10/2008.

As tropelias realizadas extra futebol pelo "paizinho" Roquette, neto de um Fundador do nosso Sporting, o mesmo Fundador, agora renegado pelo último delfim do seu projecto: " Não podemos ficar amarrados aquilo que foi um sonho de um fundador" - Soares Franco.

Afinal de contas, "É muito simples. José Roquette julgava que o Sporting era uma operação tão fácil como o Totta, em que ele, numa operação ilegal, ganhou 20 milhões de contos [cem milhões de euros] sem pagar um tostão de impostos e, ainda por cima, acabou por comprometer aquele que foi recentemente eleito Presidente da República, Cavaco Silva."

Deixamos apenas a cronologia:

10/07/1989

Estado procede à privatização da 1.ª tranche do Banco Totta & Açores (BTA). Banesto, em aliança com o grupo português de José Roquette, venceu por 50 cêntimos a oferta do Banco Hispano Americano (BHA): 21,5 euros por acção contra 21 euros. No fim do Verão, o Banesto tinha 3,32% e o grupo de Roquette 7,86% do BTA.

29/07/1989

Acordo entre Banesto e o grupo português, assinado por Javier Abad e José Roquette, cria a sociedade Valores Ibéricos e estabelece que 'o controlo do BTA era o objectivo do Banesto', relata Mario Conde no seu livro.

29/10/1989

Sonae e Banesto anunciam em Lisboa um acordo no qual o Banesto, em aliança com José Roquette, passaria a controlar 30% do BTA. 'Mediante uma contrapartida adequada, o grupo liderado por Belmiro de Azevedo aceita retirar-se da disputa', dizia o comunicado, pelo BTA.

31/07/1990

Estado procede à privatização da 2.ª tranche do BTA. Governo autoriza que a participação estrangeira aumente de 5% para 10%. Banesto passa a deter 9,50%, Valores Ibéricos 28% e Roquette, a título individual, 2,5%. Aliança Banesto-Roquette controla 40% do BTA.

27/12/1991

Mario Conde, presidente do Banesto, e José Roquette assinam o 'pacto de La Salceda'. Roquette, segundo o livro de Conde, 'comprometia-se a vender as suas participações no banco – a pessoal e a posição na Valores Ibéricos – ao Banesto.' Com esta operação, 'o Banesto completava, pois, um investimento que lhe permitira apoderar-se de 50% do Totta & Açores: 68 700 milhões de pesetas.'

22/04/1992

Braga de Macedo, então ministro das Finanças, reúne pela primeira vez com os accionistas privados do BTA. No almoço-trabalho, estão presentes Mario Conde, José Roquette, Alípio Dias, dirigente do BTA, Elias da Costa, secretário de Estado do Tesouro. 'Ficou claro, nessa reunião, o interesse estratégico do Banesto no BTA', disse o ministro na comissão eventual de inquérito parlamentar ao processo de privatização do BTA.

17/05/1993

Braga de Macedo reúne com Mario Conde, José Roquette, Roberto Mendonza, vice--presidente da J. P. Morgan. Conde afirma no seu livro que o ministro foi informado de que 'o Banesto controlava 50% do BTA e que era necessário encontrar uma saída para a situação.' E 'Braga de Macedo reagiu, manifestando uma surpresa que, naquele momento, parecia autêntica'. O ministro disse à comissão parlamentar que, 'durante a conversa, se tornou claro que os accionistas estrangeiros tinham uma influência na gestão do BTA muito superior à participação social que afirmavam ter'.

03/07/1993

Em Estepona, perto de Marbella, onde estava a decorrer um seminário do Banesto, Mario Conde revela a jornalistas portugueses que o Banesto controla 50% do BTA e dá informações sobre as sociedades portuguesas que haviam adquirido as acções.

03/12/1993

Braga de Macedo, antes de sair do Ministério das Finanças, determina o envio do processo BTA/Banesto à Procuradoria-Geral da República.

28/12/1993

Banco de Espanha abre um processo contra Mario Conde, o conselho de administração do Banesto e quatro directores-gerais. A nota de culpa, que seria entregue em Maio de 1994, inclui as operações no BTA correspondentes à 'realização de actos fraudulentos e utilização de pessoas interpostas'.

14/07/1994

Inicia funções a Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar ao processo de privatização do BTA.
In Correio da Manhã 21/01/2009


CONTINUEM A VER TELEVISÃO...

1906

Luta & Resiste!

sábado, 17 de janeiro de 2009

Cumplìces no crime


Órgão criado em 1968, por altura da elaboração dos novos Estatutos do Clube, que substituiu o Conselho Geral e o Conselho dos Presidentes, herdando do primeiro a competência de indicar os Presidentes da Assembleia Geral, da Direcção e do Conselho de Fiscal.
Cúmplices no crime
Em 1989 uma alteração estatutária transformou o Conselho Leonino num órgão consultivo, retirando-lhe os seus principais poderes e reduzindo para 30 o número de sócios componentes.

Nos Estatutos de 1996 foram ampliadas as competências do Conselho Leonino e aumentado o número de sócios componentes deste órgão, que voltou a ter um peso importante dentro do Sporting Clube de Portugal, mantendo-se no entanto na condição de órgão consultivo.


Maria de Lurdes Inês Borges de Castro Sócia nº 6

Mário Ferreira da Cunha Rosa Sócio nº 36

Marcelo Alfredo Godinho Rebanda Sócio nº 14.982

Artur Luís Ferreira da Cunha Rosa Sócio nº 43

Francisco Piano de Oliveira Martins Sócio nº 198

Romeu Adrião da Silva Branco Sócio nº 347

Augusto José Calixto Pires Sócio nº 433

Carlos Alberto Araújo Sequeira Sócio nº 438

Eduardo Barroso Garcia da Silva Sócio nº 745

Francisco Piano de Oliveira Martins Sócio nº 198

João Ribeiro da Fonseca Sócio nº 978

Frederico Pinto Basto Sócio nº 13.503

Francisco Calheiros e Menezes Sócio nº 2.090

José Alfredo Holtreman Roquette Sócio nº 2.363

Paulo Luís Ávila de Abreu Sócio nº 2.391

João Paulo Viegas Soares Sócio nº 2.910

Silvino Gomes Sequeira Sócio nº 3.119

António Carmona Rodrigues Sócio nº 3.464

Aureliano Oliveira das Neves Sócio nº 5.142

Tomás Guerra Neta Sócio nº 5.213

José de Sousa Cintra Sócio nº 5.226

José Bernardes Dinis Sócio nº 6.582

Carlos Fontão de Carvalho Sócio nº 6.947

Manuel Rogério de Sousa Brito Sócio nº 6.955

Mário Santos David Sócio nº 8.063

Nuno Galvão Teles Sócio nº 8.823

Pedro Duarte Teles Baltazar Sócio nº 16.164

Jorge Sacadura Almeida Coelho Sócio nº 18.133

Rui Manuel Oliveira Costa Sócio nº 20.616

Vítor Melícias Lopes Sócio nº 25.037

José Vicente Moura Sócio nº 28.771

Manuel Gonçalo Cordeiro Ferreira Sócio nº 1.858

Miguel Rocha Ferreira Roquette Sócio nº 2.179

Carlos Maria Horta e Costa Sócio nº 5.088

Luís Filipe Arruda D'Orey Sócio nº 5.220

Leonardo Mathias Sócio Sócio nº 5.961

António Horta Osório Sócio nº 9.227

Pedro Teixeira Duarte Sócio nº 9.427

Luís Aguiar de Matos Sócio nº 1.966

Arnaldo Adérito João Sócio nº 11.752

Carlos Alberto Teixeira Sócio nº 18.724

José Eduardo Vera Jardim Sócio nº 9.817

José Nascimento Alves Sócio nº 18.076

Joaquim Manuel Nunes Sócio nº 4.768

Abílio Francisco Fernandes Sócio nº 3.952

Manuel Ascensão Pinto Sócio nº 30.057

Nuno Alexandre Paiva Sócio nº 9.815

Carlos Paiva Raposo Sócio nº 11.980

José Luís Castro Sócio nº 5.149

Eduardo Amaro Júlio Sócio nº 21.077

António Bessone de Basto Sócio nº 3.450

De salientar que o Conselho Leonino herda o legado do extinto Conselho Geral tendo como principal função constituir-se como "corpo consultivo que se destina a manter as tradições gloriosas do Sporting Clube de Portugal e a zelar pelo seu prestígio e continuidade dentro do pensamento dos seus fundadores"

1906

Luta & Resiste!

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Foi bonita a tua festa pá...


A nossa homenagem aos mentores com o agradecimento á respectiva marioneta:

Foi bonita a festa pá!
Fiquei contente
E ainda guardo renitente,
um velho cravo para mim!

Já murcharam a tua festa pá!
Mas certamente,
esqueceram uma semente,
nalgum canto do jardim!

Sei que há léguas a nos separar
Tanto mar, tanto mar...
Sei tambem quanto é preciso pá
Navegar, navegar...

Canta a primavera pá
Cá estou carente
Manda novamente
Algum cheirinho de alecrim...

Chico Buarque - Tanto mar



1906

Luta & Resiste!

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Como arruinar um País...


Numa altura em que se fala de crise, de fraudes no mercado de capitais e no dia que marca o arranque do assalto ao poder na SAD do Sporting, deparámos com este interessante artigo no Jornal de Negócios - Como dar cabo de um país de João Pinto e Castro, que passamos a transcrever na íntegra:

A Companhia da Escócia começou por angariar fundos em Londres, mas o governo inglês, receando a concorrência que o projecto faria à Companhia das Índias Orientais, opôs-se à ideia. A Companhia teve então que virar-se para o mercado doméstico de capitais, onde não teve dificuldade em angariar 400 mil libras em poucas semanas (o equivalente a 40 milhões de libras na actualidade). O entusiasmo em torno do projecto era tal que toda a gente na Escócia – rica, pobre e remediada – se endividou para comprar acções da Companhia, cujo activo equivalia a metade de todo o capital disponível no país.

Em Julho de 1698 partiu para o Panamá a primeira expedição, que integrava cinco navios e transportava 1.200 pessoas. A tragédia foi fulminante: o clima inóspito e as doenças rapidamente dizimaram um bom número de colonos. De modo que, após ser-lhes negada ajuda pelas colónias inglesas da América, o estabelecimento foi abandonado em Julho de 1699. Entretanto, como na época não havia telefone nem Internet, uma segunda expedição vinha a caminho com mais 1.200 pessoas, tendo sofrido igual destino. No final, regressou à pátria um navio com 30 sobreviventes. Em resultado, a Companhia da Escócia viu-se arruinada e, com ela, toda a nação. Aparentemente, nenhum dos promotores do empreendimento tinha a mínima ideia das condições reais do local onde haviam persuadido um país inteiro a aplicar somas colossais.

Em 1707, uma Escócia exangue resignou-se a assinar o Acto de União com a Inglaterra. Em compensação, a Inglaterra acordou pagar aos investidores da Companhia 398 mil libras. Por outras palavras, o país foi vendido. Só em 1999, três séculos mais tarde, a Escócia conseguiu recuperar o seu Parlamento.

Na época, o ódio popular incidiu mais sobre os ingleses do que sobre os promotores do "Darien Scheme", apesar da evidente estupidez do projecto e da colossal insensatez dos seus líderes, que não hesitaram em mobilizar uma nação inteira para investir em algo cuja viabilidade jamais fora suficientemente investigada. No final, os investidores recuperaram melhor ou pior o seu dinheiro; mas milhares de pessoas perderam a vida e o país a sua independência.

Esta tragédia não foi um caso isolado. A história das origens da sociedade anónima de responsabilidade limitada é uma enciclopédia da fraude, cujos pontos altos foram a Companhia do Mississípi e a Companhia dos Mares do Sul. Com tanta trapaça, o Parlamento inglês decretou a sua proibição em 1720.

Adam Smith condenava em 1776 as sociedades anónimas por concederem a uma clique a possibilidade de manipular a maioria dos investidores e conquistar um poder desmesurado sobre a economia e o Estado. Como conseguiram então sobreviver e disseminar-se elas apesar de um currículo tão negativo e de opositores tão influentes? A má razão é que isso interessava aos poderosos endinheirados; a boa, que, fora o Estado, só elas estão em condições de canalizar pequenas poupanças para volumosos investimentos em actividades que beneficiam de grandes economias de escala.

De modo que uma espécie de contrato social instituiu a tolerância da sociedade anónima a troco da sua sujeição a uma regulamentação apertada. Ainda assim, foi só em 1900 que, por entre acusações de socialismo, a lei inglesa impôs, por exemplo, a obrigatoriedade de apresentação aos accionistas de contas auditadas.

Os sucessos recentes na Islândia recordam-nos que, ainda hoje, é possível os desmandos de aventureiros descontrolados levarem um país à ruína. Mas os estudantes de economia são poupados ao conhecimento de eventos como o relatado, não vá dar-se o caso de ficar abalada a sua confiança nas teorias muito limpinhas que lhes explicam como as economias funcionam. É muito mais conveniente fazê-los crer que tudo se resume a encontrar o ponto de intersecção da oferta e da procura, ignorando a importância das relações de poder na determinação do resultado final.

Sabemos há séculos que as sociedades anónimas se prestam a toda a espécie de abusos quando a sua actuação não é convenientemente regulada. Em casos extremos, podem semear a miséria e arruinar países. Mas foi preciso chegarmos junto ao abismo para esta verdade ser recuperada e reconhecida.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

COMUNICADO DA A.A.S.

Recebemos um comunicado da Associação de Adeptos Sportinguistas, que passamos a trancrever na íntegra:


A “nova” reestruturação financeira delineada para o Sporting Clube de Portugal


Como é do conhecimento público, o presidente da Direcção do Sporting Clube de Portugal apresentou os seus planos para a reestruturação financeira do clube. Anunciado como um novo plano, importa recordar que em anterior Assembleia-Geral as medidas agora propostas foram recusadas pelos associados do Sporting Clube de Portugal. Razão pela qual aparecem de novo, camufladas num “novo” plano de reestruturação financeira.

O “novo” plano assenta em dois pontos basilares :

1. Emissão de VMOCs (Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis) no valor de 55 M€, por parte da Sporting, SAD

2. Passagem dos direitos televisivos da Sporting Comércio e Serviços do clube para a SAD a troco de 55 M€.

É crucial para o futuro do Sporting Clube de Portugal que todos entendam o que está em causa, antes de criticarem ou manifestarem apoio a estas medidas. A figura das VMOCs obriga o emitente – Sporting SAD, no caso – a proceder ao reembolso do valor em espécie, na data de vencimento. No caso, propõe-se que o reembolso seja efectuado através da entrega de acções da Sporting SAD. Se for tido em conta o valor actual do capital social da Sporting SAD – 40 M€, facilmente se percebe que o Sporting deixará de ter qualquer hipótese de ter a maioria do capital da SAD após o vencimento das VMOCs. A emissão de VMOCs foi objecto de decisão na Assembleia Geral de Maio de 2008, ou seja, há menos de um ano.

Aliada a esta operação, surge a “venda” dos direitos televisivos da Sporting Comércio e Serviços à Sporting SAD no valor de 55 M€. Valor este utilizado, posteriormente, para abater o passivo do clube. É ainda de realçar que um dos accionistas da Sporting SAD detém o monopólio de negociação dos direitos televisivos nos campeonatos profissionais portugueses.

Mais uma vez, esta deliberação foi levada à consideração dos associados do Sporting na assembleia magna de Maio de 2008. A direcção do clube pretende colocar novamente a votos esta mesma medida. E, mais uma vez, se impõe a pergunta: porquê nova deliberação quando esta já foi a votos?


Paralelamente, prepara-se um Congresso Leonino onde um dos temas em análise é precisamente o “Modelo de Sustentabilidade Financeira do clube”. Não será legítimo que os associados pretendam dar valor a esse mesmo Congresso e adiar eventuais medidas desta dimensão para depois do Congresso? Não será de esperar moções interessantes por parte dos diversos associados que permita outro tipo de plano de reestruturação financeira para o Sporting Clube de Portugal? Não será também legítimo respeitar as decisões anteriormente tomadas em Assembleia-Geral do clube (o orgão máximo do Sporting Clube de Portugal) pelos sócios ?

Nós, na AAS, exigimos que tal orgão estatutário seja respeitado e não sejam tomadas, pelo menos até final deste mandato, medidas hipotecárias do futuro do Sporting Clube de Portugal.

Nós, na AAS, não nos revemos num clube-empresa onde os associados se tornam meros consumidores com as nefastas consequências que daí advêm: 27.000 sócios efectivos com as quotas em dia e uma grave crise de "militância". Com as dramáticas situações que outros clubes-empresa atravessam nos dias de hoje – Chelsea à venda, Newcastle United abandonado por anterior dono, por exemplo. Veja-se o exemplo do

Hamburger SV. Clube que compete na exigente Liga alemã mas que, evitando a “entrada do negócio no seu futebol”, se mantém hoje apenas como uma Associação e compete pelos primeiros lugares da I Liga Alemã – está actualmente a apenas dois pontos do I classificado.

Nós, na AAS, vemos as SADs como uma imposição legal como forma de aumentar o rigor e a transparência na gestão dos clubes em Portugal e não o contrário. “Porque o futebol deve ser um desporto de alta-competição gerido como um negócio e não o contrário” – Andy Durnham, Secretário de Estado do Desporto em Inglaterra.

(Declaração emitida em Londres, no Congresso da organização Supporters Direct para a qual a AAS foi convidada.)

Foi lá que o futebol nasceu. Foi lá que algumas destas situações se manifestaram pela primeira vez. Aprendamos, de vez, com os erros dos outros. Pelo presente, e sobretudo pelo futuro do Sporting Clube de Portugal!



Comité Executivo

Associação de Adeptos Sportinguistas, AAS


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