sexta-feira, 3 de junho de 2011

A afinação total

De acordo com notícia publicada no Diário Económico no dia 27 de Janeiro de 2011:
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O Soccer Fund Invest, gerido pela MNF, avança em Fevereiro e vai negociar jogadores de qualquer clube.

É oficial: os fundos de investimento de jogadores de futebol estão de regresso ao campeonato português. Depois da constituição do Benfica Stars Fund, em Setembro d...e 2009, o clube de Alvalade registou no início deste ano o Sporting Portugal Fund. Mas a lista não fica por aqui. Já no próximo mês estará disponível o Soccer Invest Fund que, ao contrário dos seus antecessores, poderá negociar com qualquer clube nacional ou internacional.

O Soccer Invest Fund, já registado na CMVM, é um Fundo Especial de Investimento fechado gerido pela MNF Gestão de Activos. Em Fevereiro vai proceder ao período de subscrição e iniciar a actividade. Em declarações ao Diário Económico, António Aranha, administrador da MNF, revela que o Soccer Invest Fund "conta atingir um montante de dez milhões de euros". Um capital que, apesar de não estar muito distante do valor previsto para o fundo do Sporting, representa menos de metade do valor do Benfica Stars Fund.[CORTE_EDIMPRESSA]

O objectivo do Fundo de jogadores é adquirir percentagens dos direitos económicos de atletas com o objectivo de lucrar com potenciais ganhos decorrentes das transferências dos jogadores. Por sua vez, a principal diferença do Soccer face ao Benfica Stars Fund e Sporting Portugal Fund é a política de investimento. O fundo dos dois clubes da Segunda Circular são destinados a adquirir direitos económicos de atletas dos respectivos planteis, enquanto o fundo da MNF não será exclusivo de nenhum clube. "A política de investimento do fundo permite-nos negociar com qualquer clube, quer em termos de mercado primário na criação e destaque do direito de crédito emergente na proporção e condições estabelecidas com a entidade empregadora e detentora do passe (o clube), quer em termos de mercado secundário, adquirindo-os ou revendendo-os a terceiros".

António Aranha não arrisca a avançar, para já, nomes de potenciais jogadores que irão integrar a carteira do Soccer. Explica que a identificação de "oportunidades" no mercado será feita após a angariação de capital no período de subscrição. No entanto, adianta o responsável, a política de investimento não exclui os jogadores internacionais. "Portugal é uma boa fonte de matéria-prima e o mercado europeu é, normalmente, o destino dos activos".

A única garantia é o Fundo "procurar construir uma carteira de activos diversificada e composta, quer por valores já firmados no Mundo deste desporto (menor risco), quer por outros que ainda se encontrem em fase de afirmação e possuam potencial de evolução positiva na sua carreira (maior risco)". Como em qualquer outra área de investimento, também no fundo em que os activos são jogadores quanto maior o risco maior o potencial de retorno.

Embora o Soccer seja um Fundo Fechado, destinado a investidores previamente seleccionados e familiarizados com este investimento, representa, sobretudo para os clubes mais endividados, uma solução de financiamento alternativa, já que permite a entrada de dinheiro nos clubes que, ainda assim, mantêm os jogadores nas suas fileiras. O Fundo proporciona uma nova fonte de receitas e partilha de riscos, no investimento que faz em aquisição ou formação de jogadores.

A constituição de fundos de jogadores em Portugal não é uma novidade. No início da década passada e através da Orey Financial, Sporting, Boavista e Porto constituíram fundos semelhantes, com resultados maioritariamente negativos.

http://economico.sapo.pt/noticias/nprint/109695.html

Seria uma notícia normal, não fossemos identificar quem integra a MNF. Como podemos ver no site da referida empresa, João Lino de Castro Administrador do Sporting à data da notícia e responsável pelas polémicas Eleições no Sporting Clube de Portugal, é administrador da MNF.

http://mnffinance.com/pt/page/membros/

Curiosamente outro ex-administrador da SAD, Miguel Ribeiro Telles, é Presidente da Mesa da Assembleia Geral da MNF. Como podem comprovar no documento em anexo.

http://www.apfipp.pt/Documentos%5CProspectos%5C1134RG20090413.pdf

É considerado conflito de interesses?

a) Um administrador da SAD do Sporting ser cumulativamente administrador de uma sociedade que gere fundos de jogadores, disposta a trabalhar com os principais Clubes Nacionais?

b) Um responsável por umas eleições que foram consideradas polémicas, nas quais teve a seguinte declaração «Contagem precisava de ser afinada». É normal ser administrador de um fundo fechado disposto a trabalhar com os principais Clubes Nacionais?

Ficam as questões e deixo ao critério dos leitores se consideram a presente relação normal, clara e transparente.

Veremos as cenas dos próximos capítulos.


1906

Luta & Resiste!

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Comunicado CFIndependente

Passamos a transcrever o comunicado do Conselho Fiscal Independente sobre o modelo de Auditoria a efectuar no Sporting:

"Comunicado sobre Modelo de Auditoria

Em 14 de Abril de 2011, ao tomar conhecimento, pelos órgãos de comunicação social, de que havia sido excluída das discussões sobre o âmbito e alcance de uma suposta auditoria às contas do “Grupo Sporting”, a Candidatura Independente ao Conselho Fiscal e Disciplinar do Sporting Clube de Portugal (“CI”) temeu pelos objectivos e eficácia da mesma, numa altura em que é generalizadamente reconhecida pelos Sportinguistas a necessidade de esclarecer os actos de gestão que nos conduziram à difícil situação actual.

Desde essa data, fomos chamados a reunir com o actual Presidente, e optámos por não perder a oportunidade de transmitir o que entendemos ser imprescindível às necessidades de informação, responsabilização e pacificação no Sporting – de acordo com o caderno de encargos que propusemos durante a campanha eleitoral e que acolheu o apoio de mais de 1000 associados.

Tendo em conta o comunicado publicado ontem no site do Clube (http://www.sporting.pt/Incscp/pdf/parecercomissaoauditoria_300511.pdf), a CI observa, desde logo, a infeliz alteração da denominação de “auditoria de gestão” e sua substituição por algo inócuo como “acompanhamento da análise da evolução da situação patrimonial” – mais do que uma questão de semântica, tomar como base de partida uma versão soft do que deve ser feito faz recear pela capacidade de, chegados ao término dos trabalhos, se ser capaz de separar a incompetência do eventual dolo, se malogradamente este se vier a comprovar. Fica aquém do que o Clube precisa e do que os sócios exigem. A “análise factual e descritiva da evolução da situação patrimonial do Grupo Sporting” é uma mão cheia de nada. É um “extracto de conta”, onde se mostram quais os levantamentos e depósitos e quando foram feitos. Não explica como e para que fins foram feitos nem quem os fez.

Face a isto, esta “auditoria” traduz-se no seguinte exemplo: Ao verificarmos que a nossa casa foi arrombada e está vazia, a polícia propõe-se, ao invés de investigar como e quem a arrombou e esvaziou, a fazer uma simples lista do que foi roubado e quando!

Congratular-nos-emos porém, a verificar-se, com a realização de uma verdadeira auditoria de gestão, que até há pouco tempo era tida como desnecessária pelos principais responsáveis dos actuais órgãos sociais, e reafirmamos publicamente o que transmitimos de forma muito clara sobre o que deve, no mínimo, constar no “Livro Branco” a apresentar:

a) Contas consolidadas anuais desde 1995, com indicação das relações existentes entre as várias sociedades do Grupo e da análise das transferências de valor entre as mesmas, em particular as que não pertencem a 100%, directa ou indirectamente, ao Sporting Clube de Portugal;

b) Análises financeiras às participadas do Sporting Clube de Portugal, no sentido de se avaliarem indícios de imparidade nas mesmas;

c) Evolução de passivos e activos, relacionando-a com os sucessivos Conselhos Directivos;

d) Gestão e evolução do património do Clube, com explicação detalhada sobre os principais negócios e comissões associadas, não esquecendo a venda dos terrenos do antigo estádio, a construção do novo estádio e academia, a venda do património não desportivo e transferências de jogadores profissionais de futebol;

e) Análise da evolução anual de resultados por área de funcional ou de negócio (futebol, modalidades, marketing e publicidade, merchandising, património, etc);

f) Remunerações directas e indirectas dos Membros dos Órgãos Sociais e relatório sobre todas as entidades com relações especiais com o Sporting Clube de Portugal e suas participadas e os negócios entre estas.

Assim, apelamos a todos os Sportinguistas que pura e simplesmente rejeitem os resultados de qualquer auditoria que não compreenda, como mínimo indispensável, todos os pontos anteriormente elencados. Menos do que isto, e não estaremos perante uma auditoria capaz de explicar aos Sportinguistas como é que chegámos onde estamos e quem nos trouxe até aqui. Menos do que isto é querer enganar os Sportinguistas.

É fundamental identificar o como, o porquê e o quem da situação do Clube a nível financeiro, patrimonial e desportivo nos últimos 16 anos. É fundamental, face a eventuais conclusões nesse sentido, promover a responsabilização civil e criminal por danos causados ao Sporting Clube de Portugal, sendo uma questão de respeito perante os Sócios e um exemplo a transmitir para o país.

Não desistimos de um Sporting transparente e informado sobre o seu passado, para que possa enfrentar com confiança o futuro. Continuamos fiéis aos valores que defendemos e à confiança que mais de 1000 associados depositaram em nós nas últimas eleições.



Independência. Rigor. Verdade.

Lisboa, 1 de Junho de 2011

A Candidatura Independente ao Conselho Fiscal e Disciplinar do Sporting Clube de Portugal"

1906

Luta & Resiste!