domingo, 20 de janeiro de 2008

Manifesto Exigindo Mais e Melhor Sporting!



Afinal o que é o projecto Roquette e o que prometeu aos Sportinguistas?

O projecto Roquette foi concebido com o objectivo de criar receitas para o Clube através:
• Academia de futebol;
• Construção de novo estádio, com o objectivo de gerar receitas;
• Criação de um conjunto de empresas associadas ao Sporting para gerir a sua imagem e vender os seus produtos, gerando receitas;
• Equipa de gestores profissionais pagos para elevar a gestão do Clube à excelência;
• Equipa de futebol competitiva e ganhadora, aproveitando os jogadores da academia sem a necessidade de os vender todos os anos;
• Construção de novo pavilhão.


Qual é hoje o resultado da implementação do Projecto Roquette?

• Hoje o Sporting detém o estádio e a academia. Não tem mais nenhum tipo património, porque recentemente o vendeu;
• A gestão da marca Sporting foi atribuída a uma empresa externa, a TBZ. As várias empresas criadas foram extintas, existindo apenas 3 (quais);
• Os gestores contratados das várias empresas chegaram a representar cerca de 15% do valor da equipa de futebol! Alguns desses gestores estão a sair da estrutura com indemnizações milionárias, como é o exemplo de Rui Meireles, responsável financeiro, com 300.000€ de indemnização!
• Os sócios estão completamente afastados da vida do Clube;
• Perdeu-se a oportunidade de construir o pavilhão das modalidades perto do estádio e, consequentemente, a ligação dos sócios às mesmas;
• Embora tenha vendido o património não-desportivo, o Sporting continua com um passivo de cerca de 200 milhões de Euros (40 milhões de contos). O passivo, antes do projecto Roquette arrancar, era de cerca de 40 milhões de Euros (8 milhões de contos).


Factos

O passivo aumentou 5 vezes!
O património foi vendido!
A equipa de futebol tem menos qualidade!
Não existe um pavilhão!
Menos sócios!

Afinal, o que correu mal no projecto Roquette?

O projecto Roquette errou na sua gestão, aquilo que deveria ser a sua mais valia foi o seu maior pecado: foi incompetente; construiu um estádio que, em vez de gerar lucros, gera prejuízos; as empresas que deveriam gerar lucros geram prejuízos; a área comercial, o Alvaláxia, que deveria gerar lucros acumulou prejuízos; os gestores, «altamente profissionais», demonstraram-se incompetentes (casos explicados adiante). Ou seja, aconteceu exactamente o inverso do que estava planeado.

O Projecto Roquette tinha o objectivo de criar receitas através do estádio e das empresas para gerir a marca Sporting e a academia deveria criar jogadores para fornecer a equipa de futebol.
A realidade actual é que as receitas são insuficientes e a Academia é usada para combater o passivo criado, através da venda de jogadores! Sem a venda de jogadores, afirmam ser impossível manter o equilíbrio. Inverteram-se os princípios.


Quais as consequências dessas acções?

Imaginem uma família que pensava ter um rendimento de 2000 Euros mensais e que se compromete com uma instituição bancária a pagar uma renda de 1500 Euros. Mais tarde, chega à conclusão que o seu rendimento é de 1200 Euros: para respeitar os compromissos assumidos têm de vender as suas jóias.

A principal prejudicada é toda a estrutura desportiva do Sporting: as modalidades, que tanto nos orgulham, têm sido extintas e a equipa de futebol profissional piora de ano para ano.
Os melhores jogadores de futebol são vendidos, não perfazendo sequer 2 épocas na equipa principal. E apenas uma ínfima parte da venda de jogadores é utilizada no reforço da equipa de futebol.
Assim, em vez de termos um clube a injectar dinheiro na equipa de futebol é a equipa de futebol a injectar dinheiro no clube.

Hoje já se vendeu todo o património, parte dele rentável como eram o Holmes Place e a Clínica da CUF. Com isso, também se perdeu a capacidade de gerar receitas.
Esta direcção vendeu o espaço comercial Alvaláxia (abaixo do preço de custo, sem contabilizar os custos financeiros inerentes ao processo) que irá ter uma enorme valorização quando o projecto imobiliário for finalmente construído nos terrenos do antigo estádio.
Feitas as contas, mesmo depois de abater parte do enorme passivo, ainda ninguém afirmou quanto dinheiro se perdeu neste negócio ruinoso!

Porém, o projecto Roquette afirma que, quando o passivo chegar aos 150 milhões de Euros, atingir-se-á o equilíbrio financeiro… O que não diz é que, mesmo com 150 milhões de Euros de passivo, é preciso criar receitas de 55 milhões de Euros. No último ano o Sporting apenas conseguiu atingir esse valor de receitas contabilizando com a venda de jogadores, no valor de 25 milhões de Euros (as receitas actuais são na ordem dos 30 milhões de Euros, sem contabilizar vendas de jogadores).
Ou seja, o Sporting continua a ser obrigado a vender jogadores mesmo com os tais 150 milhões de Euros de Passivo… aos quais ainda nem sequer chegou!

Em última análise, são hoje as instituições bancárias que, de forma indiscriminada, mandam no Sporting: têm mais poder que os sócios.


Um passivo tão grande – 200 milhões de Euros - é assim tão grave?

Sim, é muito grave. Compromete os próximos anos, especialmente com o nível de receitas que possuímos – cerca de 30 milhões de Euros sem venda de jogadores.

Mas por outro lado, a forma obstinada como está a ser feito o abatimento do passivo, é exagerada e à custa de maus negócios.
Os outros grandes clubes têm passivos que não são inferiores e não sentem a mesma pressão para os abater. Porque tem o Sporting essa pressão? Parece que a estrutura directiva do Sporting tem mais vontade em reduzir o passivo que as próprias instituições bancárias…

O mal está feito. O passivo foi criado pelo projecto Roquette, sem que se consiga elevar as receitas para fazer face às despesas. Agora o Sporting tem de saber lidar com ele.


O que está a ser feito para abater o passivo?
Infelizmente, o Sporting está a vender tudo o que possui!
• Jogadores;
• Património não desportivo – que deveria gerar receitas próprias – vendido abaixo do preço de custo, como o caso do Alvaláxia;
• Capital da Sociedade Anónima Desportiva (S.A.D) a novos investidores;
• E só depois disso, talvez chegar-se-á aos «famosos» 150 milhões…


Como se poderá sair deste ciclo?
Se já não existem empresas rentáveis, se já foi entregue a gestão da marca Sporting a terceiros, se já não possuímos património não-desportivo (e as suas rendas), a única forma de sair deste ciclo é através de resultados desportivos ou da venda de jogadores.

Se vendermos jogadores este ciclo não acabará nunca, já que as receitas serão sempre inferiores às necessárias. A não ser que se invista na equipa de futebol que permita criar uma equipa, com qualidade e competitiva, que gerará receitas através da Champions League e da conquista de títulos a nível interno.

De notar, que a conquista de títulos não só gera receitas directas mas também indirectas – prémios monetários, transmissões televisivas, aumento do número de sócios, venda de artigos, entre outros.


Não houve nada de positivo no projecto Roquette?

Houve. A construção da Academia, mesmo que com custos muito acima do inicialmente previsto.
O problema é que a Academia é a única estrutura do clube capaz de criar mais valias para fazer baixar o passivo. E hoje, assim como no futuro, o Sporting precisa de vender jogadores.


E nos anos em que não se conseguir vender jogadores no valor de 25 ou 30 milhões? No futebol, com o projecto Roquette, o Sporting ganhou 2 campeonatos, isso não é valorizado?

Sim é verdade, e todos os sócios, adeptos e simpatizantes valorizam essas conquistas. Mas não chega, é insuficiente, queremos mais!
O projecto Roquette prometeu títulos de 2 em 2 anos e sabemos que a probabilidade de isso acontecer é cada vez menor. Sabemos que para ter uma equipa competitiva temos de aumentar o orçamento do Futebol.


Que fique bem claro: este manifesto não tem em conta o rendimento da equipa de futebol. Sentimos que estamos a ser mal geridos e que a academia está a ser mal aproveitada.

QUEREMOS MAIS! QUEREMOS UM CLUBE GANHADOR! QUEREMOS MAIS TÍTULOS!


Os apoiantes desta iniciativa sempre estiveram contra o projecto Roquette?

Não. Todos apoiámos com grande entusiasmo o projecto Roquette, no seu início: temos um estádio que nos orgulha imenso; temos uma academia que é a «menina dos nossos olhos»…
Mas não nos foi dito o preço que isso teria. Não nos foi dito que o projecto deixou de ter capacidade para gerar receitas, gerando prejuízos consideráveis. Não nos disseram que as pessoas que contrataram eram incompetentes. Não nos disseram quanto custaria a estrutura empresarial, em salários e regalias.

E é isto que criticamos. Vemos no projecto Roquette uma ruína, que poderia ter tido outro desfecho se fosse devidamente gerida, com o rigor e a honestidade intelectual como seria de esperar. Os intervenientes dessa gestão danosa terão de ser responsabilizados.

Os Sportinguistas foram enganados e ninguém assumiu responsabilidades e ninguém deu a cara. Estamos à espera de um pedido de desculpas!


Denúncias:
Porque tivemos acesso a informação que muitos não tiveram, sentimo-nos na obrigação de denunciar acções que consideramos serem gravosas e um atentado ao Sporting Clube de Portugal:

1. Declarações do actual presidente Filipe Soares Franco, sobre o facto de não querer um clube com sócios (porque atrapalham as decisões) e o facto de trabalhar para o clube apenas 1 hora por dia;
2. Negócios do presidente Soares Franco com o Banco Espítiro Santo e as suas consequências para o Sporting;
3. Negócio da venda dos terrenos do antigo Estádio José de Alvalade;
4. Gestão comercial e promoção de Pedro Afra;
5. O centro comercial Alvaláxia teve publicidade cancelada por ordem das instituições financeiras;
6. Ao mesmo tempo, os custos do quadro de dirigentes ascendia a 15% do valor dos custos da equipa de futebol;
7. Custos das rendas do Edifício-sede;
8. Negócio da venda do património não desportivo;
9. Indemnização a Rui Meireles de 300.000€;
10. Prémio de gestão a Carlos Freitas de 86.000€.


Propostas simples que nunca foram feitas e apresentadas pelos gestores «altamente profissionais»:

• Gestão do Clube:
o Gestão orientada para os sócios, mantendo-os informados e consultando-os nas decisões estratégicas e estruturais;
o Encontrar solução para construção de pavilhão para as modalidades;
o Recusar a ideia de o Sporting Clube de Portugal ser apenas uma equipa de futebol. Temos de recordar a história do Clube, desenvolver e dar visibilidade às modalidades. O pavilhão é fundamental e quanto mais longe do estádio estiver localizado mais desacompanhadas estarão as modalidades.

• Gestão comercial:
o Captação de novos sócios pagantes, com parcerias aliciantes com diversas entidades, à semelhança daquilo que é feito pelo Futebol Clube do Porto e Sport Lisboa e Benfica. Estes benefícios poderão ser a obtenção de créditos, utilizando serviços como estações de serviço, que poderão ser utilizados na compra de produtos Sporting ou no pagamento de quotas;
o Aumentar os valores da Gamebox, aumentando também os seus benefícios: por exemplo, jogos para as modalidades amadoras;
o Merchandising: obrigar e responsabilizar o fornecedor de equipamentos a entregá-los com regularidade, evitando rupturas como as que aconteceram nesta época desportiva. Têm procurado camisolas nas principais lojas de desporto do país ou mesmo na Loja Verde?
o Aumentar a qualidade dos produtos de merchandising do Sporting: por exemplo, as colecções vintage têm cada vez um maior mercado; produtos vocacionados para os jovens… O Sporting deveria ser pioneiro e inaugurar uma forma diferente de Merchandising.
o Fazer acções regulares com jogadores das várias modalidades junto dos núcleos, e outros eventos, por forma a aproximar o clube de simpatizantes, adeptos e sócios.

• Gestão financeira:
o Renegociar a dívida com as instituições bancárias, por forma a evitar o estrangulamento do clube: o passivo deve ser abatido de forma a permitir uma gestão corrente, capaz de dotar a equipa de futebol de jogadores de qualidade, e não só;
o Reduzir de forma drástica o valor com quadros superiores que chegaram a representar 15% do valor da equipa de futebol;
o Estabelecer critérios, de forma rigorosa e profissional, de selecção dos dirigentes e colaboradores das empresas Sporting, consultando empresas isentas e sujeitas a concurso prévio;

• Gestão do futebol:
o Mudar o paradigma para uma equipa de futebol ganhadora. As vitórias desportivas são as únicas que poderão evitar a saída de (mais) jogadores;
o Compra de jogadores de valor incontestável – mesmo que sejam mais caros, compre-se 1 ou 2 jogadores de qualidade, em vez de negócios ruinosos a «custo zero» que acabam por não ter rentabilidade. As restantes contratações deverão vir directamente da academia, ou de jogadores que estão a «rodar» noutros clubes;
o Aumentar significativamente os ordenados dos melhores jogadores jovens de forma a evitar saídas precoces. Esta medida poderá ser efectuada através de prémios variáveis ou por objectivos durante 1 ou 2 anos para se confirmar ou não a qualidade dos mesmos.
o Permitir jogos das equipas de formação no estádio, por forma a permitir uma maior aproximação dos Sportinguistas.


O que posso fazer?

Antes de mais, dizer que, como sempre, está nas mãos dos Sportinguistas o futuro do Sporting Clube de Portugal.
Mobilizados seremos mais fortes a OBRIGAR ESTA DIRECÇÃO A OUVIR OS SÓCIOS E MUDAR DE PARADIGMA DE GESTÃO.
Criar condições para discutir estes assuntos em Assembleia Geral Extraordinária.
Apoiar e estimular novas propostas de gestão, credíveis, que se identifiquem com os ideais do Sporting: ESFORÇO, DEDICAÇÃO, DEVOÇÃO E GLÓRIA.

Como Sportinguistas temos esse direito e esse dever

Envie-nos um e-mail com o seu contacto. Faremos chegar a sua voz, através deste manifesto, à direcção.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

A teia


Em seguida transcrevemos um artigo publicado no Ofensiva1906 sobre o escândalo que esteve na origem do Calciocaos:

A teia de Luciano Moggi

"A investigação conduzida sob máximo segredo pelo Ministério Público de Nápoles, Turim e Roma, durante a época de 2004/05, não deixa margem para grandes dúvidas. Luciano Moggi, director-geral da Juventus desde 1994, montou uma teia criminosa que estendia o seu raio de acção a vários sectores do futebol e da sociedade italiana. A investigação tem por base escutas telefónicas realizadas a Moggi e seus cúmplices. No caso do director-geral, a tarefa foi imensa: Moggi utilizava regularmente entre seis e dez telemóveis (dois deles registados na Eslovénia) e tinha, em média, 416 conversas telefónicas por dia. A partir do conteúdo destas chamadas e posteriores interrogatórios efectuados pelos investigadores, a imprensa pôde deduzir, nos últimos dias, a forma como funcionava a rede mafiosa de Moggi

Árbitros

A peça mais importante da enorme teia construída por Luciano Moggi chama-se Massimo De Santis, o árbitro italiano com mais prestígio na era pós-Collina (Santis era um dos árbitros nomeados para o Mundial da Alemanha, mas foi afastado na sequência do escândalo). Tal como se pode ler nas conclusões preliminares dos investigadores italianos, Santis era um homem com uma “enorme capacidade criminosa e uma grande habilidade para apagar pistas e provas”. Santis, que conduz um Jaguar, tinha uma influência decisiva na elaboração das listas de árbitros que eram promovidos ou despromovidos no final de cada época. Além de Santis, outros oito árbitros foram suspensos. As escutas telefónicas revelam que a teia de Moggi/Santis não se limitava a assegurar arbitragens favoráveis à Juventus e clubes aliados (como a Lázio ou o Messina). Também se preocupavam em afundar clubes inimigos (como o Bolonha) e em massacrar com cartões amarelos e vermelhos os jogadores – defesas, sobretudo – das equipas que nas jornadas seguintes defrontavam a Juventus, de forma a que pelo menos um deles ficasse impedido de jogar.

Banca

A família Moggi contava com aliados importantes no sector financeiro. Chiara Geronzi, filha do banqueiro Cesare Geronzi – o homem-forte do Capitalia, um dos maiores bancos de Itália –, integra a Gea World SpA, dirigida por Alessandro Moggi. Os investigadores da procuradoria de Nápoles concluíram que os Moggi utilizaram essa ligação à Capitalia para pressionar – e eventualmente desmantelar – a AS Roma, um clube que vencera o campeonato em 2001 e que insistia em não acatar as instruções de Turim. Em 2004, Luciano Moggi decidiu contratar o treinador Fabio Capello e o médio brasileiro Emerson, da AS Roma. E utilizou, para isso, a influência do Capitalia. O clube romano devia, nessa altura, mais de 150 milhões de euros ao banco. O Capitalia deixou bem claro que qualquer resistência aos desejos da Juventus provocaria um corte imediato da linha de crédito e complicaria as negociações da AS Roma com a Sky com vista à venda dos direitos televisivos. Franco Sensi, proprietário da AS Roma, acabou por ceder.

Media

A influência de Moggi chegava ao ponto de controlar “Il Processo di Biscardi”, um programa muito popular – transmitido à segunda-feira pelo canal La7 da televisão italiana – onde se fazia a análise das jogadas mais duvidosas do fim-de-semana. Numa das conversas telefónicas, ouve-se Moggi a dar instruções a Biscardi para que um golo que a Juventus marcou em claríssimo fora-de-jogo fosse transformado num “lance duvidoso, um erro compreensível do árbitro”. O canal cancelou o programa na sequência do escândalo das escutas. Em 2005, o diário “La Gazzetta dello Sport” suspendera a coluna semanal de análise aos lances duvidosos que era escrita pelos responsáveis pela nomeação dos árbitros. Na altura, o director do jornal nunca justificou a decisão, tomada na sequência de uma coluna particularmente facciosa a favor da Juventus. Fê-lo agora – com um ano de atraso.

Futebolistas

A Gea World SpA é uma das protagonistas do escândalo. Fundada em Outubro de 2001 por filhos de grandes figuras do mundo do futebol e da finança, a empresa tem uma carteira de futebolistas/clientes com mais de duas centenas de nomes. Além de Chiara Geronzi (Capitalia), a Gea conta ainda com a colaboração de Davide, filho do actual seleccionador nacional, Marcello Lippi. Muitos jogadores estavam convencidos de que a Gea lhes abriria a porta para a internacionalização com a camisola da selecção italiana. A empresa, dirigida por Alessandro Moggi (filho de Luciano), Franco Zavaglia e Riccardo Calleri, teve lucros de seis milhões de euros nos últimos cinco anos. As suas ramificações estendem-se a todo o mundo do futebol, empregando homens de confiança como Aldair – “olheiro” da Gea para o mercado brasileiro (em Portugal, o “canal de preferência” é Dimas, o antigo jogador da Juventus que recentemente lançou a agência de “football management” JOD, com sede em Cascais). Nas últimas épocas, a Gea monopolizou quase por completo o mercado italiano de transferências de jogadores e de treinadores (Gigi Del Neri, ex-treinador do FC Porto, é um dos cerca de 30 técnicos representados pela Gea). Quando um clube se negava a vender jogadores à Juventus, Moggi aconselhava esses jogadores – como aconteceu com Cannavaro, Emerson ou Ibrahimovic – a jogar mal e fingir depressão. As autoridades estão a analisar, igualmente, os contratos de vários jogadores da Juventus por suspeita de pagamentos ilegais.
Polícia
Luciano Moggi mantinha contactos estreitos com polícias das corporações de Turim, Nápoles e Roma. Alguns deles – incluindo um graduado supostamente encarregado de combater a corrupção no futebol – colaboravam directamente com Moggi, fornecendo informações ou actuando como guarda-costas. Em troca, Moggi oferecia prendas, bilhetes para jogos e acesso às grandes estrelas do futebol.

Sinais do passado

Luciano Moggi era provavelmente a figura mais poderosa e obscura do futebol italiano. Nascido em Julho de 1937, Moggi iniciou-se na carreira de dirigente desportivo profissional na década de 70. Passou por vários clubes, incluindo Roma, Lázio, Torino, Nápoles e, desde 1994, Juventus. A passagem pelo Torino ficou marcada, aliás, pelo primeiro escândalo. Uma investigação jornalística revelou, na altura, que Moggi contratara várias prostitutas para “adocicar” os árbitros dos jogos do Torino na Taça UEFA de 1991/92. A equipa chegou à final depois de eliminar cinco adversários (incluindo o Boavista) e sempre com vitórias em casa. Uma das prostitutas, Monica Morini, revelou que tinha sido contratada para “fazer companhia” a um senhor estrangeiro – um dos árbitros – hospedado num hotel da cidade. O caso chegou ao tribunal de Turim e Luciano Moggi argumentou, em sua defesa, que nunca contratara qualquer prostituta: “Apenas solicitei os serviços de intérpretes”, disse ele, acrescentando, no entanto, que era “prática corrente” oferecer presentes aos árbitros. O tribunal não conseguiu provar a ligação entre as prostitutas e Moggi ou o Torino. A UEFA ignorou o caso. "
Paulo Anunciação

1906

Luta & Resiste!

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Freitas rua - parte II


Então vamos lá a ver se conseguimos perceber, então é assim:

PRIMEIROS TEMPOS

1.Freitas entrou em Alvalade em 1999, após o exito das contratações cirurgicas, que conduziram ao título, apanhou-lhe o gosto e no verão seguinte contratou 15 jogadores??!

A ANATOMIA DE UM CRIME PERFEITO

2.Após tantas e tão boas aquisições nessa pré-época as coisas não estavam a correr bem, e foi necessário proceder a algumas aquisições no mercado de inverno. E é assim que surge em Alvalade Rodrigo Tello, o jogador mais caro da história do SCP -7,5 milhões de euros.

Convém referir que Tello (ou o dinheiro que com ele foi gasto), só apareceu (ou desapareceu de acordo com uma prespectiva financeira), porque foi necessário justificar a saída de uma elevada verba dos cofres de Alvalade. Á falta de melhor desculpa vai-se buscar um jogador á américa do sul, diz-se que é o melhor extremo do mundo que os papalvos engolem.

E os papalvos engoliram e aguentaram-se durante 7 anos com um jogador pouco mais que mediano, pago a peso de ouro, como tantos e tantos outros, Tello apenas se destaca por ter sido o mais caro.
Consultando os jornais da época, porque tudo tem um contexto:
O SCPortugal tinha perdido 3-0 com o benfica. Inácio foi despedido por Duque, Mourinho era treinador do benfica e o mesmo benfica estava a eleições, nas quais Vilarinho tinha vencido.

Após o exito com os Leões, Mourinho fazia os 1ºs avisos, de que tentava visualizar opções caso não continuasse.
Logo 3 dias depois já era Duque, pressionado pelos sócios quem desmentia a existência de um contrato secreto com Mourinho.
Depois destas declarações durante quase um mês alimentou-se uma polémica esteril com várias acusações a serem disparadas pelas 3 partes intervenientes para todos os lados.

Durante o processo Duque colocou o lugar á disposição, o "voz de robot" Malheiro afirmava que Duque e Mourinho se tinham encontrado e assinado contrato.
Na opinião de Dias da Cunha e de muitos sócios e adeptos do Sporting, Mourinho nunca seria hipotese, uma vez que já por mais de uma vez tinha afrontado de maneira especialmente insidiosa o Clube que já tinha servido na condição de adjunto.

Entretanto a polémica era levantada através de acusações de espionagem, declarações ofendidas por parte do Sporting e do benfica.

Passava o tempo e Mourinho declarava-se impressionado com Duque.
Depois houve a oportunidade para Dias da Cunha dar a sua opinião numa tentativa de acalmar as águas, tendo igualmente Duque espaço para uma pequena contrição.

E é pois a 31 de Dezembro de 2000, que surge a notícia da contratação de Tello pelo Sporting.
Poucos dias depois é anunciado que o "Grupo Sporting" tinha adquirido o passe por 6 milhões de dólares ao Universidade do Chile.
A 7 de Janeiro Rodrigo Tello aterra em Lisboa, e é levado para a tribuna VIP no jogo SCPortugal vs Campomaiorense.
Posteriormente através dos relatórios contabilísticos chegou-se á conclusão que Tello teria custado não 6 mas sim 7,5 milhões de dólares.
Muito curiosamente já na altura Soares Franco era o rei no desporto nacional de arrotar postas de pescada em altura, como se pode ver por aqui.

O QUE DE FACTO SE PASSOU

3. Neste como em muitos outros casos (Ver caso JVPinto, ficou espelhado o conluio e o compadrio na destruição dos interesses do Clube.
Mourinho efectivamente assinou contrato com o Sporting, contra a vontade da maior parte de sócios e adeptos, inclusive contra a vontade de Dias da Cunha.
Duque ensaio a fuga para a frente negando a existência de qualquer contrato.
O Clube viu-se na obrigação de indemenizar Mourinho por quebra do contrato, a ocasião fez o ladrão, e como o mercado de inverno estava a abrir, foi-se buscar um jogador mediano por um preço astronómico de maneira a encobrir a saída da verba de indemenização a Mourinho.

CONCLUSÃO

4. Freitas já vai tarde, pelos 5 ou 6 bons trouxe dezenas de jogadores, que nem sequer sabiam andar, quanto mais jogar á bola.
Jogadores indicados pelos amigos Moggi e D´onofrio, Duque bateu com a porta pouco depois, nesse mesmo ano, mas deixou o seu delfim Freitas a acabar o trabalho.
Foram ínumeros os barretes enfiados ao longo destes quase 9 anos: Cáceres, Nalitzis,Dimas, Mahon, Kirovski, Kutuzov, Marcos Paulo,Robaina, Pinilla, Farnerud, entre muitos, muitos outtros, e que acabavam todos por sair a custo zero ou emprestados com "direitos de opção", após terem sido apresentados como emprestados ou a "custo zero" (o que normalmente significava um prémio de assinatura de 1 milhão de euros).
O SCPortugal apenas vai conseguir readquirir o seu estatuto quando se libertar em definitivo desta parasitagem, e apostar em definitivo no levantamento da sua vocação desportiva e eclética.


1906

Luta & Resiste!

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Ideias fortes


As ideias fortes que pudemos recolher apartir das entrevistas que tem sido transcritas nos últimos dias:


Alex Ferguson: Apelo á participação do público, público constrangido pelo negócio futebol cinema.

De tendência cada vez mais securitária temendo sempre que surja no ambiente da bola um qualquer hipotético motim que derrube o regime que o sustenta.

Se já agora protestam contra os stewards o que diriam então, dos cordões policiais, das várias polícias e das revistas a que uma família tem de enfrentar para assistir a 90 minutos de mau futebol pago a peso de ouro?



Vukecevic: Entrevista fluída e inteligente de um homem que sabe ser grato.

Reconheceu a grandeza do Clube, revelando que a sua atitude como jogador é como encara a vida: um vencedor.

Mandou uma estocada no futebol moderno revelando ainda que não gosta de futebol, não tem ídolos, apenas sente prazer em jogar.

Compreendeu as causas que estiveram na origem dos protestos dos adeptos, deixando no ar a frase que por vezes muitos se esquecem: nós (jogadores) apenas existimos

Pelo cunho de personalidade e pelo carácter que deixou transparecer na entrevista, ou muito nos enganamos ou podemos ter encontrado um verdadeiro líder em campo.

em discurso directo

"R- O Clube superou as suas expectativas?

V- Estou muito feliz aqui. Tenho tudo o que preciso para dar sempre o melhor em todos os treinos e jogos. O clube tem também grandes adeptos e um grande treinador. Estou feliz com toda a gente que aqui trabalha.

R- Mas é mais ou menos do que aquilo que esperava?

V- Mais, sem dúvida! É um dos dez melhores clubes da Europa!"



Liedson: No extremo quase oposto, revelando uma postura quase de birra e de profundo desrespeito perante colegas, Clube e adeptos.
O aspecto positivo consistiu apenas em referir que estando há 5 anos no Clube, ainda alcançou poucos títulos, dando alguma nota de inconformismo.



Meireles: Acusou Afra de compadrio, lamentou a falta de credibilidade no negócio do futebol. Insistiu na ideia de passar Alvalade e a Academia para a SAD, de modo a conferir maior valor ás acções e desta forma atrair (ser mais fácil vender a) investidores.
Mais á frente defendeu a extinção de modalidades, acusou o presidente de populismo, de vaidade e de ter pouca contenção verbal, referindo ainda que a actual gestão em nada abona na efectiva redução da dependência da banca. Colocando ainda como hipótese uma futura alienação de Alvalade e da Academia.
Revela que defendeu a ideia de Alvalade com 42 mil lugares que teria permitido dessa maneira a construção de um pavilhão para as modalidades.
Rematou com a demarcação dos protestos ocorridos no jogo com o Louletano e apelou á constituição de um único grupo que abarcasse todas as claques na Sul.
Ficou por falar na tal falta de amortização do passivo e do que é que efectivamente aconteceu aos 26 milhões de euros.
Medo? Coacção? Reflexão assertiva? O facto é que a montanha acabou por parir um rato!



Soares Franco: O Sporting não se irá desviar da sua linha de concentrações.
Só quando estiver resolvido o problema do passivo é que se pode começar a pensar no pavilhão!
Existe muita gente no Sporting que ainda não percebeu o que faz Carlos Freitas.
Part-time: "Vou ser completamente claro: trabalho no 6.º andar e o Sporting é no 7.º"
As pessoas que trabalham nas suas empresas não podem perceber que o Sporting é a prioridade, tal como cada vez mais sportinguistas já se começaram a aperceber.
Rebateu algumas críticas lançadas por Meireles e acrescentou que espera renegociar o total da dívida. Vamos lá a ver se percebemos, ora bem, existe uma dívida, 1º paga-se e depois renegoceia-se, não teria de ser ao contrário?
A confissão de que por ser como é, provavelmente faz mal ao Sporting, ao não conseguir tomar posições de força.
Até Junho de 2008, reduzir o passivo para os 150/160 milhões de euros.
Atingir a meta de 100 mil sócios já em 2008.
Os autores morais dos protestos em Alvalade foram esses malandros dos grupos de pressão e dos blogs, que se defendem sob a capa do anonimato.

1906

Luta e Resiste!

Realidade Informativa



Salvarguardando as devidas distâncias, transcrevemos um artigo que surgiu no DN, que detalha um pouco a asfixia a que o futebol cinema submete hoje em dia o futebol e os seus adeptos:

"Adeptos reagiram com críticas aos 'stewards' e ao treinador escocês


O treinador do Manchester United, Alex Ferguson, não ficou satisfeito com o apoio que os adeptos dos red devils deram à equipa na última partida e comparou o ambiente no estádio Old Trafford ao de um funeral. Os apoiantes reagiram logo, criticando o treinador e o sistema de segurança do estádio.Ferguson atacou o comportamento dos fãs na partida de anteontem, ante o Birmingham (1-0), dizendo que "a multidão estava morta. Foi o grupo de adeptos mais silencioso que vi até hoje. Parecia um funeral". O treinador admitiu que o clube "precisava dos adeptos para alcançar uma boa exibição e voltar ao bom caminho" e lamentou: "Não foi isso que aconteceu."

Os alvos das frases de Alex Ferguson é que ficaram furiosos e reagiram de imediato, com críticas ao treinador e aos stewards que tratam da segurança em Old Trafford. Colin Hendrie, porta-voz de uma associação de adeptos do United, afirmou que o futebol inglês vive num "estado policial". "Uma pessoa já não se pode levantar e fazer barulho; se o faz, os stewards expulsam-na e tiram-lhe o lugar de época", explicou Hendrie, completando: "Se uma pessoa se levanta, os seguranças agarram- -na pelo braço e expulsam-na do estádio." Ante estas circunstâncias, "que atmosfera quer Alex Ferguson?" questionou o porta-voz dos adeptos.

Hendrie disse ainda que os apoiantes do rival Manchester City têm melhores condições para apoiar a equipa e também não poupou Alex Ferguson. "Ele demonstra falta de compreensão sobre o que é ser adepto de futebol em 2008", acusou.Liverpool decepcionaNos jogos que fecharam ontem a 21.ª jornada da Premier League destaque para o empate cedido pelo Liverpool, em casa, frente ao Wigan.

Os comandados de Rafael Benítez foram ultrapassados pelo City de Eriksson (2-0 em Newcastle) no quarto lugar e já estão a 12 pontos da liderança. Uma derradeira nota para o golo de Mc Carthy, que valeu a vitória do Blackburn sobre o Sunderland. "

ps: Colocaram os stewards nos estádios portugueses para supostamente se evitar a presença da policia nas bancadas e fornecer um ar mais amigável que pudesse atrair mais familias aos estádios.

Actualmente para além dos stewards, temos spoters, policia normal, policia de choque e unidades de intervenção!

Contra o futebol moderno!

1906

Luta & Resiste!