sábado, 22 de novembro de 2008
"Se os sócios não reagirem depressa o clube morre..."
António Dias da Cunha, o homem que antecedeu Filipe Soares Franco na presidência do Sporting, procedeu ontem, em entrevista à Rádio Clube Português, no programa Lugar Cativo, apresentado pelo jornalista Fernando Correia, àquilo que considera ser o seu "último esforço" para "acordar os sportinguistas", no sentido de evitar o rumo seguido pela actual Direcção, que, no seu entender, levará à morte do clube.
Em causa está, para Dias da Cunha, o processo de transferência de activos para uma SAD que, ainda segundo o ex-presidente, deixará de ser controlada pelo Sporting a partir do momento da conversão em capital - da SAD - do empréstimo obrigacionista (VMOCS) planeado. "Se os sócios não reagirem dentro de pouco tempo, o Sporting, enquanto clube, morreu", garante, apontando a recente e propalada "crise de militância" - leia-se distanciamento dos sócios - como um sintoma: "Aos poucos, as pessoas vão percebendo a Direcção que têm".
"Há outros interesses para além dos do clube"
Dias da Cunha confessa arrependimento pela forma como deixou a Direcção do clube. "Se soubesse o que sei hoje, teria cumprido o meu mandato até ao fim. Mas, sobretudo, nunca deixaria o clube nas mãos de Soares Franco, que me enganou. Foi um assalto premeditado ao poder", disse ontem, assegurando que o "buraco de tesouraria" que lhe foi atribuído não passava de uma "estratégia para afastar qualquer oposição e fornecer um pretexto para a desnecessária alienação de património". Questionado sobre os motivos que poderiam estar por trás do rumo traçado pela actual Direcção, Dias da Cunha foi claro. "Não encontro nenhuma explicação, a não ser que há outros interesses para além dos do Sporting."
Não será candidato
Apesar do tom crítico em relação à actual Direcção, Dias da Cunha não está disposto a voltar aos Órgãos Sociais do clube. "Há uma altura na vida para tudo. Já sou um senhor de idade. É preciso alguém mais novo", garante. Para o futuro, admite uma entrevista a um jornal, para "ficar escrita", e depois, assegura, calar-se-á "para sempre".
in O Jogo
Dias da Cunha não tem dúvidas de que, “se os associados não reagirem, dentro de pouco tempo o Sporting morreu”. A convicção do ex-presidente do emblema de Alvalade foi ontem reforçada pelo próprio, no programa “Lugar Cativo” do Rádio Clube Português, onde teve oportunidade de explicar este seu ponto de vista. “A Academia é hoje a jóia da coroa do Sporting. Com o que está para acontecer, a passagem da Academia para a SAD e, em simultâneo, a realização de um empréstimo obrigacionista, que será, posteriormente, transformado em capital, existe a possibilidade real de tirarem ao Sporting a maioria da SAD. Ou seja, o Sporting está a meter o seu bem mais valioso na SAD e, na altura do vencimento do empréstimo, perde o seu controlo”, pormenoriza Dias da Cunha, garantindo existirem “outros interesses que não são os interesses do Sporting”. Por isso, o antigo líder dos leões mostra-se arrependido de ter abandonado o lugar da forma como o fez. “Sabendo o que sei hoje, não teria deixado o cargo, teria ido até ao fim do mandato e, sobretudo, não o teria deixado nas mãos de Filipe Soares Franco”, reconhece Dias da Cunha, repisando a ideia de que era Ernesto Ferreira da Silva quem deveria sentar-se na cadeira presidencial. “Fui tremendamente enganado”, assume o empresário do ramo automóvel, recusando um eventual regresso à presidência do clube: “Gosto muito do Sporting, mas eu já sou um senhor de idade. É preciso ser-se mais novo”.
In Record
IDEIAS PRINCIPAIS:
Passagem da Academia para a SAD
Simultaneamente realização de empréstimo obrigacionista
Na altura do vencimento do empréstimo, este é transformado em Capital
Perda da maioria da SAD na altura do vencimento
Futebol do Sporting fica a cargo dos accionistas da SAD
Neste momento os maiores accionistas, a seguir ao Clube são: Oliveira e Baltasar
Dias da Cunha assume ter sido enganado por Soares Franco
O seu sucessor deveria ter sido Ernesto Ferreira da Silva
Soares Franco anunciou um buraco na tesouraria de forma a afastar a oposição e garantir a venda do património.
As adeptos estão-se a afastar porque se estão a aperceber da Direcção que tem.
AQUILO QUE NÃO FOI DITO:
Dias da Cunha personaliza a cultura anti-democrática da cooptação e de governar o Clube mesmo que contra a vontade dos Sócios.
Se tantas veleidades estão a ser permitidas a Soares Franco, foi devido aos 1ºs ensaios de ditadura encapotada e de dirigir o Clube independentemente da vontade dos sócios, terem sido realizados durante o mandato de Dias da Cunha, sem consequências de maior.
Soares Franco, esperto como um alho, limitou-se a aproveitar uma janela de oportunidade em benefício dos seus interesses pessoais, quando se apercebeu do adormecimento e conformação dos adeptos.
CONCLUSÕES:
DIAS DA CUNHA TAMBÉM ÉS RÉU!
SOARES FRANCO...ATÉ JÁ!
1906
Luta & Resiste!
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3 comentários:
Boa análise ! O DC têm pouca moral para falar, mas se servir para os sócios acordarem...
é isso mesmo
Releve-se a admissão de culpa por parte de DC. Quantas pessoas, figuras publicas com responsabilidades, são hoje capazes de admotir que erraram? E quantos são os que são capazes de perdoar e de aproveitar o ensinamento?
DC não é o "mau da fita"...
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