domingo, 20 de janeiro de 2008

Manifesto Exigindo Mais e Melhor Sporting!



Afinal o que é o projecto Roquette e o que prometeu aos Sportinguistas?

O projecto Roquette foi concebido com o objectivo de criar receitas para o Clube através:
• Academia de futebol;
• Construção de novo estádio, com o objectivo de gerar receitas;
• Criação de um conjunto de empresas associadas ao Sporting para gerir a sua imagem e vender os seus produtos, gerando receitas;
• Equipa de gestores profissionais pagos para elevar a gestão do Clube à excelência;
• Equipa de futebol competitiva e ganhadora, aproveitando os jogadores da academia sem a necessidade de os vender todos os anos;
• Construção de novo pavilhão.


Qual é hoje o resultado da implementação do Projecto Roquette?

• Hoje o Sporting detém o estádio e a academia. Não tem mais nenhum tipo património, porque recentemente o vendeu;
• A gestão da marca Sporting foi atribuída a uma empresa externa, a TBZ. As várias empresas criadas foram extintas, existindo apenas 3 (quais);
• Os gestores contratados das várias empresas chegaram a representar cerca de 15% do valor da equipa de futebol! Alguns desses gestores estão a sair da estrutura com indemnizações milionárias, como é o exemplo de Rui Meireles, responsável financeiro, com 300.000€ de indemnização!
• Os sócios estão completamente afastados da vida do Clube;
• Perdeu-se a oportunidade de construir o pavilhão das modalidades perto do estádio e, consequentemente, a ligação dos sócios às mesmas;
• Embora tenha vendido o património não-desportivo, o Sporting continua com um passivo de cerca de 200 milhões de Euros (40 milhões de contos). O passivo, antes do projecto Roquette arrancar, era de cerca de 40 milhões de Euros (8 milhões de contos).


Factos

O passivo aumentou 5 vezes!
O património foi vendido!
A equipa de futebol tem menos qualidade!
Não existe um pavilhão!
Menos sócios!

Afinal, o que correu mal no projecto Roquette?

O projecto Roquette errou na sua gestão, aquilo que deveria ser a sua mais valia foi o seu maior pecado: foi incompetente; construiu um estádio que, em vez de gerar lucros, gera prejuízos; as empresas que deveriam gerar lucros geram prejuízos; a área comercial, o Alvaláxia, que deveria gerar lucros acumulou prejuízos; os gestores, «altamente profissionais», demonstraram-se incompetentes (casos explicados adiante). Ou seja, aconteceu exactamente o inverso do que estava planeado.

O Projecto Roquette tinha o objectivo de criar receitas através do estádio e das empresas para gerir a marca Sporting e a academia deveria criar jogadores para fornecer a equipa de futebol.
A realidade actual é que as receitas são insuficientes e a Academia é usada para combater o passivo criado, através da venda de jogadores! Sem a venda de jogadores, afirmam ser impossível manter o equilíbrio. Inverteram-se os princípios.


Quais as consequências dessas acções?

Imaginem uma família que pensava ter um rendimento de 2000 Euros mensais e que se compromete com uma instituição bancária a pagar uma renda de 1500 Euros. Mais tarde, chega à conclusão que o seu rendimento é de 1200 Euros: para respeitar os compromissos assumidos têm de vender as suas jóias.

A principal prejudicada é toda a estrutura desportiva do Sporting: as modalidades, que tanto nos orgulham, têm sido extintas e a equipa de futebol profissional piora de ano para ano.
Os melhores jogadores de futebol são vendidos, não perfazendo sequer 2 épocas na equipa principal. E apenas uma ínfima parte da venda de jogadores é utilizada no reforço da equipa de futebol.
Assim, em vez de termos um clube a injectar dinheiro na equipa de futebol é a equipa de futebol a injectar dinheiro no clube.

Hoje já se vendeu todo o património, parte dele rentável como eram o Holmes Place e a Clínica da CUF. Com isso, também se perdeu a capacidade de gerar receitas.
Esta direcção vendeu o espaço comercial Alvaláxia (abaixo do preço de custo, sem contabilizar os custos financeiros inerentes ao processo) que irá ter uma enorme valorização quando o projecto imobiliário for finalmente construído nos terrenos do antigo estádio.
Feitas as contas, mesmo depois de abater parte do enorme passivo, ainda ninguém afirmou quanto dinheiro se perdeu neste negócio ruinoso!

Porém, o projecto Roquette afirma que, quando o passivo chegar aos 150 milhões de Euros, atingir-se-á o equilíbrio financeiro… O que não diz é que, mesmo com 150 milhões de Euros de passivo, é preciso criar receitas de 55 milhões de Euros. No último ano o Sporting apenas conseguiu atingir esse valor de receitas contabilizando com a venda de jogadores, no valor de 25 milhões de Euros (as receitas actuais são na ordem dos 30 milhões de Euros, sem contabilizar vendas de jogadores).
Ou seja, o Sporting continua a ser obrigado a vender jogadores mesmo com os tais 150 milhões de Euros de Passivo… aos quais ainda nem sequer chegou!

Em última análise, são hoje as instituições bancárias que, de forma indiscriminada, mandam no Sporting: têm mais poder que os sócios.


Um passivo tão grande – 200 milhões de Euros - é assim tão grave?

Sim, é muito grave. Compromete os próximos anos, especialmente com o nível de receitas que possuímos – cerca de 30 milhões de Euros sem venda de jogadores.

Mas por outro lado, a forma obstinada como está a ser feito o abatimento do passivo, é exagerada e à custa de maus negócios.
Os outros grandes clubes têm passivos que não são inferiores e não sentem a mesma pressão para os abater. Porque tem o Sporting essa pressão? Parece que a estrutura directiva do Sporting tem mais vontade em reduzir o passivo que as próprias instituições bancárias…

O mal está feito. O passivo foi criado pelo projecto Roquette, sem que se consiga elevar as receitas para fazer face às despesas. Agora o Sporting tem de saber lidar com ele.


O que está a ser feito para abater o passivo?
Infelizmente, o Sporting está a vender tudo o que possui!
• Jogadores;
• Património não desportivo – que deveria gerar receitas próprias – vendido abaixo do preço de custo, como o caso do Alvaláxia;
• Capital da Sociedade Anónima Desportiva (S.A.D) a novos investidores;
• E só depois disso, talvez chegar-se-á aos «famosos» 150 milhões…


Como se poderá sair deste ciclo?
Se já não existem empresas rentáveis, se já foi entregue a gestão da marca Sporting a terceiros, se já não possuímos património não-desportivo (e as suas rendas), a única forma de sair deste ciclo é através de resultados desportivos ou da venda de jogadores.

Se vendermos jogadores este ciclo não acabará nunca, já que as receitas serão sempre inferiores às necessárias. A não ser que se invista na equipa de futebol que permita criar uma equipa, com qualidade e competitiva, que gerará receitas através da Champions League e da conquista de títulos a nível interno.

De notar, que a conquista de títulos não só gera receitas directas mas também indirectas – prémios monetários, transmissões televisivas, aumento do número de sócios, venda de artigos, entre outros.


Não houve nada de positivo no projecto Roquette?

Houve. A construção da Academia, mesmo que com custos muito acima do inicialmente previsto.
O problema é que a Academia é a única estrutura do clube capaz de criar mais valias para fazer baixar o passivo. E hoje, assim como no futuro, o Sporting precisa de vender jogadores.


E nos anos em que não se conseguir vender jogadores no valor de 25 ou 30 milhões? No futebol, com o projecto Roquette, o Sporting ganhou 2 campeonatos, isso não é valorizado?

Sim é verdade, e todos os sócios, adeptos e simpatizantes valorizam essas conquistas. Mas não chega, é insuficiente, queremos mais!
O projecto Roquette prometeu títulos de 2 em 2 anos e sabemos que a probabilidade de isso acontecer é cada vez menor. Sabemos que para ter uma equipa competitiva temos de aumentar o orçamento do Futebol.


Que fique bem claro: este manifesto não tem em conta o rendimento da equipa de futebol. Sentimos que estamos a ser mal geridos e que a academia está a ser mal aproveitada.

QUEREMOS MAIS! QUEREMOS UM CLUBE GANHADOR! QUEREMOS MAIS TÍTULOS!


Os apoiantes desta iniciativa sempre estiveram contra o projecto Roquette?

Não. Todos apoiámos com grande entusiasmo o projecto Roquette, no seu início: temos um estádio que nos orgulha imenso; temos uma academia que é a «menina dos nossos olhos»…
Mas não nos foi dito o preço que isso teria. Não nos foi dito que o projecto deixou de ter capacidade para gerar receitas, gerando prejuízos consideráveis. Não nos disseram que as pessoas que contrataram eram incompetentes. Não nos disseram quanto custaria a estrutura empresarial, em salários e regalias.

E é isto que criticamos. Vemos no projecto Roquette uma ruína, que poderia ter tido outro desfecho se fosse devidamente gerida, com o rigor e a honestidade intelectual como seria de esperar. Os intervenientes dessa gestão danosa terão de ser responsabilizados.

Os Sportinguistas foram enganados e ninguém assumiu responsabilidades e ninguém deu a cara. Estamos à espera de um pedido de desculpas!


Denúncias:
Porque tivemos acesso a informação que muitos não tiveram, sentimo-nos na obrigação de denunciar acções que consideramos serem gravosas e um atentado ao Sporting Clube de Portugal:

1. Declarações do actual presidente Filipe Soares Franco, sobre o facto de não querer um clube com sócios (porque atrapalham as decisões) e o facto de trabalhar para o clube apenas 1 hora por dia;
2. Negócios do presidente Soares Franco com o Banco Espítiro Santo e as suas consequências para o Sporting;
3. Negócio da venda dos terrenos do antigo Estádio José de Alvalade;
4. Gestão comercial e promoção de Pedro Afra;
5. O centro comercial Alvaláxia teve publicidade cancelada por ordem das instituições financeiras;
6. Ao mesmo tempo, os custos do quadro de dirigentes ascendia a 15% do valor dos custos da equipa de futebol;
7. Custos das rendas do Edifício-sede;
8. Negócio da venda do património não desportivo;
9. Indemnização a Rui Meireles de 300.000€;
10. Prémio de gestão a Carlos Freitas de 86.000€.


Propostas simples que nunca foram feitas e apresentadas pelos gestores «altamente profissionais»:

• Gestão do Clube:
o Gestão orientada para os sócios, mantendo-os informados e consultando-os nas decisões estratégicas e estruturais;
o Encontrar solução para construção de pavilhão para as modalidades;
o Recusar a ideia de o Sporting Clube de Portugal ser apenas uma equipa de futebol. Temos de recordar a história do Clube, desenvolver e dar visibilidade às modalidades. O pavilhão é fundamental e quanto mais longe do estádio estiver localizado mais desacompanhadas estarão as modalidades.

• Gestão comercial:
o Captação de novos sócios pagantes, com parcerias aliciantes com diversas entidades, à semelhança daquilo que é feito pelo Futebol Clube do Porto e Sport Lisboa e Benfica. Estes benefícios poderão ser a obtenção de créditos, utilizando serviços como estações de serviço, que poderão ser utilizados na compra de produtos Sporting ou no pagamento de quotas;
o Aumentar os valores da Gamebox, aumentando também os seus benefícios: por exemplo, jogos para as modalidades amadoras;
o Merchandising: obrigar e responsabilizar o fornecedor de equipamentos a entregá-los com regularidade, evitando rupturas como as que aconteceram nesta época desportiva. Têm procurado camisolas nas principais lojas de desporto do país ou mesmo na Loja Verde?
o Aumentar a qualidade dos produtos de merchandising do Sporting: por exemplo, as colecções vintage têm cada vez um maior mercado; produtos vocacionados para os jovens… O Sporting deveria ser pioneiro e inaugurar uma forma diferente de Merchandising.
o Fazer acções regulares com jogadores das várias modalidades junto dos núcleos, e outros eventos, por forma a aproximar o clube de simpatizantes, adeptos e sócios.

• Gestão financeira:
o Renegociar a dívida com as instituições bancárias, por forma a evitar o estrangulamento do clube: o passivo deve ser abatido de forma a permitir uma gestão corrente, capaz de dotar a equipa de futebol de jogadores de qualidade, e não só;
o Reduzir de forma drástica o valor com quadros superiores que chegaram a representar 15% do valor da equipa de futebol;
o Estabelecer critérios, de forma rigorosa e profissional, de selecção dos dirigentes e colaboradores das empresas Sporting, consultando empresas isentas e sujeitas a concurso prévio;

• Gestão do futebol:
o Mudar o paradigma para uma equipa de futebol ganhadora. As vitórias desportivas são as únicas que poderão evitar a saída de (mais) jogadores;
o Compra de jogadores de valor incontestável – mesmo que sejam mais caros, compre-se 1 ou 2 jogadores de qualidade, em vez de negócios ruinosos a «custo zero» que acabam por não ter rentabilidade. As restantes contratações deverão vir directamente da academia, ou de jogadores que estão a «rodar» noutros clubes;
o Aumentar significativamente os ordenados dos melhores jogadores jovens de forma a evitar saídas precoces. Esta medida poderá ser efectuada através de prémios variáveis ou por objectivos durante 1 ou 2 anos para se confirmar ou não a qualidade dos mesmos.
o Permitir jogos das equipas de formação no estádio, por forma a permitir uma maior aproximação dos Sportinguistas.


O que posso fazer?

Antes de mais, dizer que, como sempre, está nas mãos dos Sportinguistas o futuro do Sporting Clube de Portugal.
Mobilizados seremos mais fortes a OBRIGAR ESTA DIRECÇÃO A OUVIR OS SÓCIOS E MUDAR DE PARADIGMA DE GESTÃO.
Criar condições para discutir estes assuntos em Assembleia Geral Extraordinária.
Apoiar e estimular novas propostas de gestão, credíveis, que se identifiquem com os ideais do Sporting: ESFORÇO, DEDICAÇÃO, DEVOÇÃO E GLÓRIA.

Como Sportinguistas temos esse direito e esse dever

Envie-nos um e-mail com o seu contacto. Faremos chegar a sua voz, através deste manifesto, à direcção.