quarta-feira, 10 de outubro de 2007

É este o nosso combate

Era uma vez um País engraçado onde ministros da Justiça manipulam processos de modo a agradar a classe política e os interesses económicos instalados, onde a educação das crianças confiada ao estado é posta em causa com o mediático CasaPiagate constatando-se que está tudo na mesma senão para pior, onde as leis são feitas por medida para alguns com influências para todos, onde as leis criadas mais não servem do que abrir oportunidades para o desporto nacional - tachismo em altura, onde um estado endividado perdoa 100 milhões de euros a uma contribuinte em troca de um autódromo e um hotel na Madeira, onde esse autódromo é vendido por 1/3 do capital público gasto, onde o filho dessa mesma contribuinte tem tempo, disposição e ávontade para se dedicar a várias actividades ilicitas e hobbies lucrativos, e até onde alguns filmes são assinados pelos produtores.
Este é um País espectacular com paisagens bonitas e clima ameno mas onde as pessoas não prestam.
As que estão no poder não prestam e as que lá conseguem chegar ou se adaptam de modo a continuar tudo na mesma ou são ostracizados. Enfim, este é um País onde com papas e bolos se enganam os tolos, onde o que interessa é pão e circo para distrair o povinho que enquanto a malta andar entretida com uma falta não marcada a meio campo, não pensa no ordenado que perde valor a cada dia que passa e que cada vez dá para comprar menos todas as coisinhas que nos andam a tentar vender. Porque este incomparável País tem esta característica única de difundir a ideia que os seus nativos apenas podem ser felizes se tiverem o mercedes *****, uma casa estilo mason com janelas tipo fenetre e muitos telemóveis com câmaras fotográficas, de video que possam tirar bicas ou descafeinados. É este País onde analizando o microcosmos futebolístico, que mais não é do que um retrato fiel da nossa sociedade, todas estas particulariedades criativas e que fazem de nós um povo único vem ao de cima.
Somos um País acima de tudo exótico, temos um banco que se encontra ligado a tudo o que é marotice em Portugal, desde a promoção do abate de sobreiros (o comum mortal se abater um sobreiro sem autorização tem pena de prisão) num negócio muito mal explicado, negócios imobiliários, operação furacão, escândalo mensalão, branqueamento de capitais em Espanha, defesa nacional e até emigrantes.
Mas tudo passa em claro quando se fazem brilhantes campanhas publicitárias e se começam a patrocinar as equipas de topo do futebol nacional.
Foi o Espírito Santo para presidente do Conselho Fiscal do SCPortugal, sabendo de antemão que não podia aceitar devido á lei das sociedades comerciais-abdicou depois de eleito.
No entanto deixou-nos um testa de ferro Soares Franco, administrador da OPCA, que recentemente alienou a favor do mesmo Ricardo Salgado.
E se a nível interno o Sporting com Franco deu vários tiros nos 2 pés, a nível externo para o Sporting e para o futebol português em geral as coisas não andam melhores, temos uma Liga denominada Liga Portuguesa de Futebol Profissional da qual fazem parte vários arguidos do processo Apito Dourado, a maior parte deles apanhados em escutas perversas, e que revelam o modo e o método de como se trabalha em Portugal.
Nas escutas feitas e porque o futebol não é um compartimento social estanque, apareceu muita gente mencionada, muitos que nada tem a haver com o futebol e com responsabilidades nas áreas da justiça. É caso para aplicar a frase "quem guarda os guardas?"
O nosso combate não é apenas comentar e divulgar todos estes casos, o nosso combate só é ganho quando corrermos com todos os que durante todos estes anos tudo fizeram para enterrar o Sporting!

1906

Luta & Resiste!

1 comentário:

1234567vv disse...

Pondo rivalidades de lado, gostei muito do texto.

Infelizmente o futebol mostra o que é o nosso país.

Que saudades dos tempos de João Rocha e Fernando Martins!

Que pena que hoje o Benfica e Sporting estejam totalmente dependentes dos Espirito Santos, dos Oliveiras, das Caixas, etc...

Um abraço,

V.