quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Porquinhos ou mais manobras de encobrimento...


Texto retirado do jornal Diário de Notícias

"A defesa de três arguidos do processo No Name Boys pediu hoje a nulidade de parte da acusação, alegando que a investigação do crime de associação criminosa é da competência da Polícia Judiciária e não da PSP.

Elementos do núcleo duro da claque não legalizada do Benfica No Name Boys começaram hoje a ser julgados por associação criminosa, tráfico de droga, posse de armas e ofensa à integridade física, furto, roubo e outros crimes.

A advogada Ligia Borbinha apresentou um requerimento ao tribunal alegando que a investigação do crime de associação criminosa, imputado pelo Ministério Público a alguns dos 38 arguidos, é da "competência exclusiva da Polícia Judiciária".

A sustentação da causídica assenta na Lei 49/2008 de investigação criminal.

Os actos de violência do núcleo duro dos No Name Boys foram investigados pela 3.ª Esquadra de Investigação Criminal da PSP a partir de 2008.

O colectivo de juízes da 5.ª Vara Criminal de Lisboa começou por afirmar que foram imputados mais crimes a cinco dos arguidos dos que inicialmente constavam na acusação.

Os arguidos hoje ouvidos, muitos dos quais não quiseram prestar depoimento, negaram todos os factos, nomeadamente que a claque do Benfica tinha "líderes" e que eram o "braço armado" do clube.

Todos afirmaram que a missão da claque era apenas "apoiar e acompanhar o Benfica", que não tinham instalações no clube e que não recebiam bilhetes a preços mais baixos para depois os revenderem.

Sobre a relação com as claques de clubes adversários, nomeadamente Sporting e FC Porto, os arguidos garantiram que os confrontos eram espontâneos, não planeados e muitas vezes eram ameaçados através de sites da Internet.

Miguel Claro, um dos detidos, garantiu que as 100 gramas de haxixe encontradas eram para consumo próprio e que as armas que lhe foram apreendidas (soqueira, taco, pistola) eram para "defesa pessoal".

Segundo a acusação, os acusados praticaram crimes "minuciosamente planeados e executados com superioridade numérica e mediante a utilização de meios especialmente perigosos".

Para o Ministério Público (MP), os No Name Boys agiam "motivados por ódio e intuitos de destruição, sem motivação relevante, contra elementos das claques" do Sporting e do FC Porto.

Os principais arguidos são acusados de acções violentas contra elementos afectos à claque do Sporting Juve Leo, tendo um sofrido "socos, pontapés e facadas" e ainda sido queimado "com uma tocha". Todas estas acusações foram negadas pelos arguidos que hoje prestaram declarações.

O julgamento prossegue quarta feira no Campus de Justiça de Lisboa."



Entretanto e para que se assegure um branqueamento total a todos estes crimes prepertrados por esta cáfila, já surgiram noticias que um dos juizes até é sócio do FCPorto, como se pode ver aqui.

Perfis de três dos arguidos do processo No Name Boys

Miguel Claro

- 28 anos
- ajudante de carpintaria

António Miguel Claro, mais conhecido por "Gordo da Brandoa" ou "Brandoas", vivia, antes de ser preso, com a companheira - também arguida no processo -, com quem tem um filho de seis anos. É ajudante de carpintaria e ganha 30 euros por dia. A PSP já o tinha referenciado por tráfico de droga. É acusado de revenda de ingressos, tráfico de droga, posse ilegal de arma, cinco agressões, vários crimes de roubo e de dano com violência. É referenciado em quase todos os episódios de violência descritos na acusação. Já tinha cadastro por tráfico de droga.


José Pité

- 28 anos
- técnico de informática

Nasceu no Porto, mas é adepto do Benfica desde 1994, altura em que entrou para os No Name. Conhecido por "XL", disse em tribunal que já levou uma tocha para um estádio, mas deixou de o fazer depois do episódio da morte com um very light (apesar de o caso ter acontecido quando ele tinha apenas 12 anos). Um irmão seu é também arguido. "XL" diz que os No Name são apenas um grupo de amigos. É acusado de associação criminosa, distribuição irregular de bilhetes, posse de arma proibida, tráfico de droga, quatro crimes de agressão, roubo, dois de incêndio e três de dano.


Hugo Caturna

- 34 anos
- trabalha num armazém

Ingressou nos No Name em 1992, chegou a frequentar uma licenciatura em Psicologia do Trabalho, mas hoje trabalha num armazém onde ganha 600 euros por mês. Tem um filho de dois anos. Em tribunal, disse que estava a dormir à hora que o acusam de ter agredido um membro de uma claque sportinguista (a Juve Leo). E que foi apanhado com muito dinheiro porque no seu âmbito do seu trabalho é frequente levar grandes quantias em dinheiro para depositar. É acusado de associação criminosa, tráfico, agressões, incêndio e arremesso de objectos.

1906

Luta & Resiste!

Sem comentários: