terça-feira, 2 de setembro de 2008

AAS - Pioneirismo Sportinguista na Europa!


Apesar da aparente ausência pudemos acompanhar através do site da Associação de Adeptos Sportinguistas, a mais uma iniciativa da AAS que visa alertar para a degradação da organização do futebol em Portugal e simultaneamente contribuir e lançar alternativas de viabilização dessas mesmas organizações que o tutelam.


Retirado do site : http://vinteequatrodemaio.blogspot.com/

"Durante o almoço, dirigentes da Supporters Direct contactaram a AAS no sentido da AAS fazer uma apresentação sobre a situação em Portugal e no Sporting Clube de Portugal. Apesar de algo inesperado, o convite foi aceite e ficou marcada a apresentação logo a seguir à nossa reunião com a UEFA, que teve lugar após o almoço.

A UEFA, representada por Alex Phillips – Head of Professional Football Services, está de facto profundamente preocupada com esta problemática – a crescente insatisfação dos adeptos, algo que este Congresso demonstrou ser generalizado dada a sua afluência massiva.

A AAS apresentou a sua visão sobre o futebol internacional em diversos temas:
- UEFA como entidade reguladora do futebol europeu deve ter poder ao nivel nacional, via Federações, funcionando como uma espécie de UE para o futebol
- Estabelecer tectos máximos para preço de bilhetes e valor de transferências e salários para os clubes tendo em conta um ranking nacional que inclua a ponderação de factores como Salário Minimo Nacional, Orçamento anual do clube, Orçamento Médio dos clubes da I Divisão.
- Redefinição da distribuição de receitas das competições europeias e direitos televisivos de forma a reduzir a distância entre os 8,9 mais ricos e os restantes.
- Apoiar as ligas mais fracas financeiramente.
- Obrigar os clubes a comunicar, via Federação nacional, todas as transferências de jogadores, anexando contractos e declarando quem recebeu comissões. A UEFA receberia estes dados, em relatórios sumários das Federações, como forma de evitar a fraude fiscal e lavagem de dinheiro.
- Introdução de novas tecnologias no futebol – chip a bola, e transmissão dos jogos nos ecrãs dos estádios.
- Determinar minímos de jogadores nacionais e da formação dos clubes nos planteis nacionais – em termos relativos.
- Aumentar o controlo relativo aos jogadores naturalizados a jogar pelas selecções nacionais, evitando a descaracterização destas. Como exemplo, o ultimo Europeu e os jogadores naturalizados nas selecções que aí actuaram.
- Alterar modelo competitivo – Liga dos Campeões deveria ser jogada apenas por campeões e não por clubes que, nalguns casos, não são campeões há vários anos.
- Obrigar a que mais jogos sejam transmitidos em canal aberto
- Proibir a intervenção policial nas bancadas, excepto nos casos em que exista evidente situação de violência.
- Criação de “standing places” com percentagem mínima.
- Determinar um número máximo de dias no qual cada jornada pode ser disputada.

A cada um destes problemas, se denotou evidente preocupação no responsável da UEFA, frisando que nalguns casos, a falta de poder efectivo da UEFA não ajuda à sua resolução. No entanto, concordou que pode fazer pressão e lobby junto das diversas instituições (International Board, FIFA, UE) para desencadear estes processos.
A UEFA irá, então, estudar a documentação recebida, esperando a AAS que tal dê os seus frutos no tempo indicado.
Foi igualmente discutida a situação portuguesa, sobretudo ao nível da corrupção – por ser um tema recorrente hoje em dia, do controlo das TV’s no futebol nacional e o total desrespeito pelos adeptos e apresentada a posição dominante da Olivedesportos no futebol nacional (detentora da publicidade estática, dos direitos televisivos, accionista nos três grandes clubes nacionais, detentora do único canal de TV pay-per-view em Portugal) – como a AAS frisou : “O futebol português é, hoje, “one man show”! “.
Curiosamente, a UEFA demonstrou-se bastante conhecedora desta ultima realidade...

A improvisada apresentação da AAS aos restantes grupo realizou-se, pois, após o almoço e após a reunião com a UEFA. Explicámos os nossos propósitos de grupo, o que pretendemos atingir dos contactos com o clube e com outras entidades e a realidade do nosso país e do nosso clube.
Começámos por sublinhar que éramos do Sporting Clube de Portugal, e não de Lisboa, numa evidente nota de boa disposição.
Frisámos que estávamos todos ali, a transmitir experiências e partilhar estratégias, porque não estávamos preparados, enquanto adeptos, para o que se passa, hoje no futebol. Estivemos, enquanto adeptos, adormecidos durante demasiado tempo e estava na hora de acordarmos e, pelo menos, questionarmos os “dogmas” que nos são apresentados.
Somos o verdadeiro motor do futebol – os jogadores, sem público, não conseguirão manter o nível de vida que hoje detém. É portanto, vital, tomarmos consciência desse “poder” e trabalharmos em conjunto e não isolados dos nossos congéneres.
Deixámos claro que este Congresso não podia ser o fim, mas o inicio de uma árdua batalha pelos nossos direitos e que deveríamos fazê-lo sempre em conjunto.
A AAS sugeriu então, neste contexto, a criação duma estrutura europeia que fizesse a ponte para a UEFA e que actuasse, de alguma forma, como coordenadora de algumas iniciativas/eventos ao nível europeu. Demos o exemplo de ser efectuada uma manifestação pelos adeptos, em todos os estádios da Europa no mesmo fim de semana, com frases do género “Respect the Fans” ou “Respect the Game”, como forma de demonstração de mobilização. Adicionalmente, considerámos que tal estrutura deverá ter um corpo jurídico que forneça, sem custos, aconselhamento jurídico sobre determinadas situações de forma a averiguar até que ponto poderá ser possível, em determinada circunstancia, colocar os dirigentes de um clube em tribunal!

Este foi o final da 1ª fase da nossa estratégia que incluía: constituição legal da AAS e determinação dos seus estatutos, criação do logótipo, evento de kick-off envolvendo a Direcção do clube, participação no Congresso Europeu de Adeptos e reunião com a UEFA.

Concluídos estes primeiros passos, arrancou esta semana a 2ª fase, que se prevê terminar em Março do próximo ano. Nesta 2ª fase, iremos continuar a procurar falar com quem tem poder no futebol, teremos o 1º jantar anual da AAS onde será entregue o prémio da AAS a um sportinguista que se tenha distinguido pelo clube (seja atleta, sócio, colaborador, etc.) e iremos co-organizar um evento ibérico em Lisboa.

A apresentação terminou então com a descrição desta estratégia com algum pormenor bem como estipulando a data de Março de 2009 como a altura de realização de um I Colóquio Ibérico em Lisboa, subordinado a estes temas discutidos no Congresso, onde contamos ter a presença de diversas personalidades políticas e desportivas dos dois lados da fronteira. Esta organização estará a cargo da AAS e da FASF (Federação Espanhola de Adeptos) e já se estão a definir grupos de trabalho dos dois lados para o início desta empreitada.
Não menosprezamos a importância de apoiar outros grupos de diferentes clubes portugueses que estejam interessados em se juntar a esta luta por um ideal – O verdadeiro Futebol, onde somos adeptos e não apenas consumidores.
Desafiamos inclusivamente os adeptos dos dois outros “grandes” do país a colocarem de lado rivalidades e lutarem pelas mesmas questões que nos preocupam a todos.
A surpresa deu, então, lugar a alguns sorrisos e muitos concordaram que esta é, sem dúvida, uma estratégia diferente daquela que costuma ser implementada e que o trabalho em conjunto com Espanha poderá ter os seus frutos dos dois lados da fronteira.

Em jeito de conclusão, ficámos satisfeitos com os trabalhos e com os contactos confirmados e efectuados.
Fica o desafio para todos os sportinguistas. Pegando no exemplo do Hambuger SV, que conta com 50.000 associados e fruto dessa dimensão, têm lugar na estrutura directiva do clube – não com uma pessoa, mas com um departamento e toda a área de adeptos é tratada por eles. Daqui se retira a influência que conseguem exercer junto do clube.

Nós, sportinguistas, também temos de trabalhar em conjunto. Não contra fulano A, B ou C, mas fazendo-nos representar com verdadeiro poder junto do clube. Não para “tomar de assalto” o clube, mas para fazer chegar as nossas mensagens, as nossas ideias.
Enquanto não colocarmos de lado o estigma das “facções” e “oposições”, estaremos sempre sozinhos a falar para um muro.

Na AAS somos do Sporting Clube de Portugal. Nada mais! Mas não nos podemos demitir das nossas responsabilidades enquanto associados do clube!

Associação de Adeptos Sportinguistas"



1906

Luta & Resiste!

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